segunda-feira, 26 de abril de 2010

Morre o Mito: Alejandro Robaina

Quis o destino que no momento em que Don Alejandro Robaina era sepultado em San Luis, Pinar del Rio, Cuba, chagavamos em Havana, procedentes de Varadero. Neste momento, domingo, 18 de abril, Havana era lavada por uma chuva torrencial. A cidade sempre ensolarada do Caribe chorava a morte do homem simples, do camponês, do fidalgo Alejandro Robaina. Para quem aprecia um bom puro, Robaina é uma lenda, um mito. A finca Robaina, em San Luis recebia milhares de turistas, artistas e personalidades internacionais para compartilhar o conhecimento sobre tabaco de Don Alejandro. Esta finca produz as melhores capas para os puros cubanos. Alejandro era o embaixador do mundo do tabaco, uma figura impar. Tivemos a oportunidade de conhecer Robaina em Havana e em Pinar del Rio. Nas vezes que estivemos juntos, Alejandro nos convidava para fumar um puro na varanda de sua casa. Seu conhecimento e simplicidade nos marcaram profundamente. Aquele "avuelo", de fala mansa compartilhava seu enorme conhecimento sobre os melhores puros cubanos. sobre o "terroir" de Pinar del Rio, sobre a safra recente, sobre a produção e sobre o mercado internacional. Morreu aos 91 anos, fumava puros, desde os 8 anos. Morreu o "Homem Habano de 2001". Fica seu exemplo, dignidade e sabedoria. Perdura a lenda, o mito.
Antes de morrer, Alejandro chamou seus filhos e deu-lhes um beijo, depois pediu que todos os trabalhadores que incansavelmente labutavam a seu lado estivessem presentes, beijou-os na face. Chamou a sua mulher, deu-lhe um ultimo beijo de despedida e parou de respirar.
Os apreciadores de puros estão de luto. Perdemos nosso norte, nosso farol, nosso "avuelito" querido. Ganhou o ceu, pois com certeza São Pedro deve estar apreciando um double corona da Vega Robaina. Imagino todos os anjos, arcanjos e querubins envoltos na nuvem azulada e cheirosa que exala um bom puro, ouvindo as histórias de Don Alejandro. Robaina viajava o mundo inteiro divulgando a cultura do tavaco. No universo dos apreciadores de charutos, ira cuba e nao ir visitar Robaina era inconcebível.
Perdemos a elegância do homem simples, do "guajiro", do camponês humilde que conquistou o mundo, produzindo as melhores folhas para produção tabaqueira. Robaina recebia em sua humilde casa, artistas do quilate de Sting, Steven Spielbert, Jack Nicholson, Gerard Depardieu, entre outros tantos com a mesma cortesia com que nos recebia. Na ultima vez que estivemos com ele foi em 2008, almoçamos juntos em sua casa. Uma comida simples, do campo, mas o exemplo do conversador e carismático senhor que defendia com veemência a qualidade do solo e dos puros cubanos ficou marcado em nossos coracoes e mentes. Depois de conversar com "El Viejo", saimos de San Luis com a voz embargada, emocionados, tinhamos estado com o maior conhecedor de tabaco do mundo. Apesar de ter conhecido os mais luxuosos lugares do planeta, sempre voltava para a sua terra natal. Sentava em sua cadeira de balanço, fumava um puro e apreciava a natureza exuberante a sua volta. Robaina era uma referência em todas as publicações especializadas sobre puros e a cultura do tabaco. Tinha livros publicados, mas queria ser lembrado como "um campesino humilde". Fidel e Raul Castro mandaram suas condolências. Robaina quis ser enterrado em sua própria finca. perto da plantação de tabaco. Foi um enterro simples, mas uma cerimônia emocionante. Estava entre seus familiares, amigos e tabaqueiros.
Morreu o homem, fica a lenda, fica o exemplo. Oxalá, que seus seguidores, seu filho Don Carlos, e seu neto Hiroshi consigam passar para o mundo o conhecimento acumulado do "avuelo".

Hasta Siempre, Don Alejandro Robaina!!!

Sandro Marcelo Ferreira dos Santos
Advogado e Cigar Aficionado
23/04/2010

terça-feira, 30 de março de 2010

Confraria Abril 2010


CARDÁPIO:
ENTRADAS:
Pães Variados
Manteiga temperada
Pate de ave
SALADAS:
Mix de folhosos
Legumes
Tomates e Palmitos
JANTAR:
Tradicional Mignon Santo Antonio
Entrecot Grelhado
Milaneza
Batatas Suiça
Arroz Branco
SOBREMESA:
Docinhos Caramelados
Sorvete com calda de Chocolate
CAFE:
Cafe Expresso
CHAS:
Trufas negras e brancas
R$ 55,00 por pessoa
Contamos com a sua presença

quinta-feira, 18 de março de 2010

Encontro 08 de Marco de 2010

Aos oito de Marco de 2010, Dia internacional da mulher, os confrades charuteiros Reuniram-se no "Al Dente, Restaurante Italiano da Confrade Eleonora Rizzo sob a batuta de Diego Martins e Stefano Spelding Baron para confraternizar e deliberar sob nuvens lânguidas, cheirozas e azuladas.

Vida longa a Confraria do Charuto de Porto Alegre!

Longa vida à nova diretoria.

Hasta Siempre



Clique Aqui para ver as Fotos do Evento:

quarta-feira, 3 de março de 2010


CARDAPIO:
Pães, torradas, patê de foie, berinjelas, abobrinhas, pimentoes, salmao assado inteiro
Saladas:
Mix de folhas verdes com azeitnas, tomate cereja e queijo branco.
Caesar salad
Brusquetas de tomate e manjericao e brusquetas de queijos
Batatinhas recheadas com cream chesse e farofa de bacon
Torradinhas com creme de espinafre e queijo parmesao
Pratos quentes (mini)
Risoto ao funghi
Penne de carne de panela
Bebidas: um brinde de espumante na chegada para os confrades que jantarem (outras bebidas a parte)
Valor por pessoa R$ 52,00 + 10% Serviço

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Os charutos de Churchil

Por Beja Santos

Confesso que iniciei a leitura deste livro mais movido pela curiosidade do que julgava ser uma bisbilhotice que pela importância do conteúdo. A surpresa é que se trata de uma leitura absorvente, quase mágica, a ponto de nos rendermos à iconografia desses charutos que identificavam o primeiro-ministro britânico na sua luta encarniçada contra Hitler. Lê-se com paixão, tal o encanto da história, só inessencial por se considerar uma bagatela aqueles charutos com que Churchill apareceu em milhares de imagens, projectando-o como farol da resistência democrática (“Churchill e os Charutos, uma paixão que atravessou a guerra e a paz”, por Stephen McGinty, Alêtheia Editores, 2008).No século XIX, o charuto é estatutário, um luxo de uma clientela selecta onde se inseria o pai de Winston Churchill, Lord Randolph Churchill. A principal tabacaria londrina do tempo era a Robert Lewis que vendia produtos dispendiosos como ao mais finos charutos cubanos ou os cigarros Balkan. Em 1900, Churchill, na altura com 25 anos, entrou neste santuário do fumo e iniciou uma relação que só terminaria com a sua morte, em 1965. Nesse primeiro dia, o jovem Winston comprou 50 Bock Giraldas, um pequeno havano, por 4 libras, e uma caixa de 100 cigarros Balkans, que lhe custou mais 11 xelins. A Robert Lewis pertencia ao judeu José de Solo Pinto que soube imprimir ao negócio uma selecção de produtos que tornaram a tabacaria no primeiro estabelecimento londrino do género. Segue-se a história dos hábitos tabágicos de Churchill e a sua chegada a Cuba, que o tornou um indefectível apreciador de havanos de alta qualidade. Entretanto o autor aproveita para nos dar conta da importância do havano e como este se celebrizou a partir do século XIX, graças a marcas que percorreram o mundo inteiro como Upmann, Hoyo de Monterrey e Romeo y Julieta. Como observa o autor, “A aristocracia dos fabricantes de charutos são os enroladores, dos quais se diz que precisam de seis anos para se tornarem competentes, dez para serem hábeis e uma vida inteira para chegar à mestria. Estes homens – e em anos mais recentes também mulheres – eram capazes de pegar num monte de folhas e enrolar uma dúzia de charutos numa hora, passando habilmente pela nove fases do processo de fabrico e manufacturando um produto acabado com uma boa vitola – o termo utilizado para descrever o equilíbrio entre tamanho, potência, forma e apresentação”.Em 1926 Churchill e a mulher compram Chartwell uma mansão do século XVI que será o novo lar da família. O charuto, as suas caixas e os seus humidores, marcam presença à escala dos milhares, guardados numa pequena sala do primeiro piso. Nesse tempo Churchill e o charuto já vivem em fusão, o político tinha consciência da imagem que o charuto projectava, uma imagem de confiança descontraída, muito importante para o eleitorado. Escreve o autor: “O charuto era igualmente uma espécie de cata-vento do seu tempestuoso temperamento: podia tirá-lo da boca e agitá-lo no ar realçar um ponto ou, quando estava particularmente furioso rosnar uma ordem com ele entalado entre os dentes. Fazia todo um espectáculo de preparar o seu charuto, riscando várias vezes o fósforo e expelindo várias baforadas de fumo... Em encontros mais privados, ficava a fumar em silêncio, deixando que a cinza crescesse até representar metade do comprimento do charuto. Os colegas ficavam como fascinados por aquele aparente desafio às leia da gravidade e quase esqueciam o que estava a ser dito...”.Como não há uma página aborrecida neste livro, em que os havanos entraram irremediavelmente na vida do mais célebre político britânico de todos os tempos, é inevitável chegarmos à Segunda Guerra Mundial e à importância dos charutos de Churchill: as medidas de segurança para evitar o envenenamento do líder britânico; as ofertas vindas de havana, as ofertas de charutos feitas pelos seus compatriotas e pelos admiradores como o multimilionário Samuel Kaplan, seguem-se as peripécias dos havanos que vinham de Cuba e que o regime de Fidel Castro alterou a via de abastecimento. A partir de 1946 Churchill viaja, numa doce reforma que só interrompe quando volta meteoricamente ao poder, em 1951. Fuma, bebe e come do melhor, é um ídolo consagrado tem no milionário cubano Antonio Giraudier um admirador incondicional, que o abastece até ao limite das suas posses, quando todos os seus bens são nacionalizados em Cuba.A memória de Churchill é indissociável dos seus charutos: as suas relíquias de fumo vendem-se em leilões, há esculturas dos seus charutos, no fundo o seu verdadeiro carburante e que determina a mania churchilliana.Era inimaginável uma leitura tão estimulante em que o aparentemente insignificante ganha todo o significado iconográfico. Afinal, aqueles bens de consumo criaram a imagem do político, deram-lhe a vibração e a forma definitiva com que ele passou à História, junto às suas obras, um riquíssimo somatório de grandes vitórias e um número não desprezível de grandes desaires. Um sinal de vitória com dois dedos, um charuto entalado num sorriso, eis um país que aceitou segui-lo em toda a provação quando ele só prometeu “sangue, suor e lágrimas”.

Confraria Junho 2009



Na ocasião, os confrades serão recepcionados com espumante cortesia Salton Ouro, e com o seguinte cardápio:
Entrada: Salada Caesar
Prato Principal:
Spätzle ao Paillard (massa alemã gratinada acompanhada de filé Paillard)
ou
Peixe à Fiorentina (filé de peixe sobre colchão de espinafre ao molho de
nata gratinado com queijo e batatas)
Sobremesa: Tortinha de nozes com damasco
Valor: R$ 55,00 por pessoa

domingo, 3 de maio de 2009

Convite confraria Maio 2009

A Confraria do Charuto de Porto Alegre tem o prazer de Convida-lo para a Reuniao mensal que será realizada na proxima segunda-feira, dia 4 de Maio, a partir das 19:30, no restaurante Santo Antonio (Rua Dr. Timóteo, 465). Na ocasião, os confrades serao recepcionados por um cardapio especial preparado pela família Aita, acompanhado de espumantes selecionados pela casa.